Barbo
Nome científico: Barbus barbus
Nome vulgar: Barbo Comum
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Meio ambiente: Bento pelágico
Profundidade: 0 - 10m
Clima: Temperado
Temperatura: 10- 24°C
Origem
O Barbo é uma espécie autóctone da Península Ibérica. Tem preferência pelas mais fundas e rápidas correntes de rio com fundos de pedra ou gravilha. Alimenta-se maioritariamente de invertebrados, como pequenos crustáceos, larvas de insectos e moluscos. A desova ocorre de Maio a Julho depois de o Barbo ter migrado. Os ovos são venenosos.
Distribuição Geográfica
Nas ilhas dos Açores e Madeira, e em todos os cursos de água do território continental
Caracteristicas
É um peixe muito combativo na sua defesa e com grande aptidão para percorrer as maiores profundidades dos rios e lagos. Apresenta tipicamente um corpo alongado tipo cilíndrico e musculado, com o ventre mais largo, tem o focinho pontiagudo e a boca com lábios grossos onde possui os tão característicos dois pares de barbilhos bem desenvolvidos que servem de órgãos de gosto e tacto. O último raio simples da barbatana dorsal é ossificado e denticulado, o qual é utilizado para tentar libertar-se do fio de pesca que o prende. Tem um dorso de cor acastanhada e olivácea e com os flancos e ventre mais claros.
Habitat
O habitat preferido apresenta áreas com elevada cobertura ripária de cursos de água permanentes com marcadas características lóticas (com correntezas) e reduzida instabilidade hídrica. O barbo-comum tem preferência por troços mais profundos, com mais oxigénio e substrato fino. Os juvenis ocorrem em zonas com alguma profundidade, próximas da margem e sem corrente, evitando habitats com muita cobertura arbórea. Esta espécie é um nadador ativo com grande capacidade de deslocação.
Alimentação
O barbo-comum apresenta uma alimentação generalista e oportunista. Alimenta-se principalmente de material vegetal (plantas e algas filamentosas) e larvas de insectos aquáticos nomeadamente de dipteros (quironomídeos e simuliídeos), efemerópteros (caenídeos), plecópteros, coleópteros, hemípteros, moluscos, ácaros e tricópteros (hidropsiquídeos). Ocasionalmente ingere areia, cladóceros, insectos terrestres (formicídeos) e sementes. Os peixes de maiores dimensões alimentam-se mais de material vegetal e ocasionalmente de outros peixes. Em barragem alimenta-se principalmente de larvas de dipteros, detritos e crustáceos planctónicos e algumas algas filamentosas.
Reprodução
Na época da reprodução, de finais de Abril a Junho/Julho, os machos exibem umas pontuações brancas à volta do focinho designados de tubérculos nupciais. Realiza a desova no final da Primavera ou já durante o Verão, com uma capacidade de cerca de 8.000 ovos em média, em zonas de fundos pedregosos e arenosos e de águas pouco profundas, mas ricas em oxigénio.
Tamanho mínimo de captura – 20 cm
Barbo-de-cabeça-pequena
Nome científico: Barbus microcephalus
Nomes comuns: Barbo-de-cabeça-pequena
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Meio ambiente: Bento pelágico
Profundidade: 0 - 10m
Clima: Temperado
Temperatura: 10- 24°C
Morfologia
Espécie de tamanho médio, com cabeça pequena convexa, boca inferior com dois pares de barbilhos curtos. O lábio inferior apresenta um espessamento ósseo, os barbilhos atingem a linha média do olho. Os olhos não são tangentes ao perfil dorsal da cabeça. O perfil posterior da barbatana dorsal é côncavo, sendo a inserção da barbatana perpendicular à linha do corpo. Região dorsal verde escura com região ventral esbranquiçada. Os juvenis apresentam manchas escuras na parte dorsal que desaparecem nos adultos.
Tamanho máximo (cm) – 50
Época de reprodução
Abril-Junho
Habitat
É uma espécie bentónica (que vive nos fundos), sectores com maior profundidade, com corrente lenta a moderada e substrato com maior granulometria. A sua abundância está associada a rios de ordem elevada e baixa altitude, com declive suave, grandes tributários, e rios de tamanho médio. Os indivíduos de grandes dimensões em locais mais distantes da nascente, enquanto os indivíduos pequenos surgem em locais mais a montante, troços mais estreitos e baixa profundidade, pH baixo e com poucas fontes de poluição. O barbo-de-cabeça-pequena não ocorre em zonas lênticas, em rios de pequenas dimensões nem em rios com elevadas condutividades, sem macrófitas, preferindo condições lóticas com vegetação e sem substrato fino.
Alimentação
O barbo-de-cabeça-pequena alimenta-se nos fundos principalmente de material vegetal, larvas de dípteros, tricópteros, himenópteros, molusca.
Tamanho mínimo de captura - 20 cm
Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março
Localizações em Portugal
Nos rios Ardila, Caia, Guadiana, ribeiras de Arronches, Enxoé, Pardiela e do Vascão e na barragem de Monte Novo.
Barbo-do-sul
Nome científico: Barbus sclateri
Nomes comuns: Barbo-do-Sul, Barbo-do-Algarve, Barbo-gitano
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Meio ambiente: Bento pelágico
Profundidade: 0 - 10m
Clima: Temperado
Temperatura: 10- 24°C
Morfologia
Espécie de tamanho médio, com boca inferior apresentando 2 pares de barbilhos longos que ultrapassam a linha posterior do olho. A boca tem lábios grossos e os olhos estão afastados do perfil da cabeça. O raio da barbatana dorsal apresenta ossificação entre 2/3 a 3/4 da altura. A margem posterior da barbatana dorsal é linear sendo a sua inserção obliqua ao corpo. Região dorsal castanho-esverdeado região ventral amarela com tons de vermelho. Manchas escuras nos juvenis que desaparecem nos adultos.
Tamanho máximo (cm) - 46
Época de reprodução
Março-Julho
Habitat
O barbo-do-Sul ocupa várias partes do rio, não ocorrendo em águas frias e rápidas, surgindo principalmente em pêgos. Esta espécie encontra-se associada a zonas mais oxigenadas e com presença de abrigos. Está associado a zonas com maior profundidade e substrato com maior granulometria, raramente ocorre no rio principal, surgindo nos tributários de dimensão média. Esta espécie encontra-se associado a elevadas condutividades na água, troços com vegetação aquática nas margens e elevada turbidez.
Alimentação
O barbo-do-Sul alimenta-se principalmente de macroinvertebrados aquáticos (larvas de dipteros, efemerópteros e tricópteros), plâncton, macrófitos, detritos de origem vegetal e areia.
Tamanho mínimo de captura - 20 cm
Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março
Localizações em Portugal
Nos rios Ardila, Caia, Chança, Guadiana, ribeiras de Arronches, Enxoé, Foupana, Oeiras, Torgal e do Vascão e costeiras de Mira ao Algarve. Pode-se também encontrar nas barragens do Arade, Funcho e Santa Clara.
Barbo Comum
Nome científico: Barbus bocagei
Nomes comuns: Barbo-do-norte, Barbo-comum
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Meio ambiente: Bento pelágico
Profundidade: 0 - 10m
Clima: Temperado
Temperatura: 10- 24°C
Morfologia
Espécie de tamanho médio, que tem o perfil da cabeça ligeiramente convexo, com boca inferior com dois pares de barbilhos. Os barbilhos posteriores atingem a linha média do olho. A barbatana dorsal apresenta o raio ossificado a 2/3 da altura da dorsal sendo o perfil posterior da barbatana quase linear e oblíquo relativamente ao perfil dorsal do corpo. O lábio superior é grande e espesso estando o lábio inferior ligeiramente retraído. Na região dorsal é castanho-esverdeado, região ventral branca ou avermelhada. Os juvenis apresentam manchas escuras na zona dorsal que desaparecem nos adultos. Durante a época de reprodução os machos têm tubérculos nupciais na cabeça.
Tamanho máximo (cm) – 100
Época de reprodução
Abril a Julho
Habitat
O Barbo-comum ocorre nos troços médios e inferiores dos rios ocupa o fundo (espécie bentónica) e prefere zonas com pouca ou moderada velocidade de corrente (excepto na época de reprodução). O habitat preferido apresenta áreas com elevada cobertura ripária de cursos de água permanentes com marcadas características lóticas (com correntezas) e reduzida instabilidade hídrica. O barbo-comum tem preferência por troços mais profundos, com mais oxigénio e substrato fino. Os juvenis ocorrem em zonas com alguma profundidade, próximas da margem e sem corrente, evitando habitats com muita cobertura arbórea. Esta espécie é um nadador activo com grande capacidade de deslocação.
Alimentação
O Barbo-comum apresenta uma alimentação generalista e oportunista. Alimenta-se principalmente de material vegetal (plantas e algas filamentosas) larvas de insectos aquáticos nomeadamente de dipteros (quironomídeos e simuliídeos), efemerópteros (caenídeos), plecópteros, coleópteros, hemípteros, moluscos, ácaros e tricópteros (hidropsiquídeos). Ocasionalmente ingere areia, cladóceros, insectos terrestres (formicídeos) e sementes. Os peixes de maiores dimensões alimentam-se mais de material vegetal e ocasionalmente de outros peixes. Em barragem alimenta-se principalmente de larvas de dipteros, detritos e crustáceos planctónicos e algumas algas filamentosas.
Tamanho mínimo de captura - 20 cm
Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março
Localizações em Portugal
Nos rios Ave, Cávado, Côa, Dão, Douro, Estorãos, Leça, Lima, Lis, Minho, Mondego, Nabão, Paiva, Sado, Sever, Sorraia, Sousa, Tâmega, Tejo, Tuela, Vouga e Zêzere. Também nas ribeiras do Oeste e costeiras do Sado até Sines, e nas barragens de Aguieira, Alto Lindoso, Alvito, Arade, Belver, Bemposta, Caniçada, Castelo de Bode, Carrapatelo, Crestuma Lever, Ermal, Ermelo, Fratel, Funcho, Idanha-a-Nova, Maranhão, Miranda do Douro, Montargil, Pêgo do Altar, Régua, Roxo, Torrão e Touvedo. E ainda no Paúl de Arzila e no de Magos.
Barbo-cumba (trombeta)
Nome científico: Barbus comizo
Nomes comuns: Cumba, Trompeteiro, Picão, Judeu
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Meio ambiente: Bento pelágico
Profundidade: 0 - 10m
Clima: Temperado
Temperatura: 10- 24°C
Morfologia
Espécie que pode atingir grandes tamanhos, o corpo é longo e fusiforme, apresentando uma cabeça geralmente alongada com a boca subterminal com dois pares de barbilhos. Os indivíduos de maiores dimensões apresentam lábios muito espessos, barbilhos atingem a linha anterior do olho. Os olhos contíguos ao perfil dorsal da cabeça, perfil da cabeça côncavo. A barbatana dorsal apresenta um perfil côncavo sendo a sua inserção perpendicular ao perfil do corpo. Região dorsal verde-escura, região ventral esbranquiçada com tons laranja ou cor-de-rosa. Manchas escuras nos juvenis que desaparecem nos adultos. Os machos apresentam tubérculos nupciais muito desenvolvidos na parte anterior da cabeça durante a época de reprodução.
Tamanho máximo (cm) - 100
Época de reprodução
Abril a Junho
Habitat
Esta espécie ocorre em rios de grandes dimensões com grandes profundidades e larguras, correspondendo aos troços baixos dos tributários e no troço principal do rio. Estas partes dos rios geralmente apresentam condições lóticas durante o Verão. O cumba está associado a zonas com maior profundidade e substrato com maior granulometria, com pH baixo e plantas aquáticas submersas. Os adultos surgem em locais distantes da nascente e enquanto os juvenis em locais mais a montante de profundidades mais reduzidas.
Alimentação
O barbo-cumba apresenta fundamentalmente uma alimentação planctónica sendo ocasionalmente carnívoro (Insectos-quironomídeos e Peixes); Esporadicamente ingere restos vegetais, algas verdes e detritos.
Tamanho mínimo de captura - 20 cm
Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março.
Localizações em Portugal
Rios Ardila, Guadiana e Tejo, barragens de Belver e Monte Novo e ribeira do Vascão.
Barbo Intermédio
Nome científico: Barbus steindachneri
Nome comum: Barbo intermédio
Ordem: Cypriniformes
Família: Cyprinidae
Meio ambiente: Bento pelágico
Profundidade: 0 - 10m
Clima: Temperado
Temperatura: 10- 24°C
Morfologia
Peixe de médias dimensões com boca ínfera com dois pares de barbilhos de tamanho mediano atingindo a metade do olho. A cabeça e o focinho são longos, olhos abaixo do perfil dorsal da cabeça. A margem posterior da barbatana dorsal é quase perpendicular relativamente ao perfil do corpo. Região dorsal verde escura com região ventral branca, cor-de-rosa ou amarela. Manchas escuras nos juvenis que desaparecem nos adultos.
Tamanho máximo (cm) – 50
Época de reprodução
Abril-Junho
Habitat
O barbo-intermédio vive no fundo dos rios (bentónicos), ocorrendo em rios de grandes dimensões. Esta espécie está associada a zonas com maior profundidade e substrato com maior granulometria, não estando associado a troços com elevadas velocidades de corrente. Apesar de ocupar nas zonas baixas dos tributários e rios principais, ocorre também nos troços superiores dos tributários. Os juvenis e os adultos ocorrem em locais com baixas velocidades de corrente (0-0,1 m/s), com profundidades entre 50 a 70 cm, zonas de bloco ou rocha, com abrigo.
Alimentação
O barbo-intermédio come principalmente material vegetal, larvas e adultos de dipteros (quironomídeos) e adultos de coleópteros. Esta espécie ingere também crustáceos planctónicos (cladóceros, ostracodes e ciclópodes), detritos, algas verdes e sementes.
Tamanho mínimo de captura - 20 cm
Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março
Localizações em Portugal
Nos rios Ardila, Caia, Chança, Degebe, Guadiana, Tejo e Xévora. Nas ribeiras da Foupana, Oeiras e Vascão.
Autoria: Luís Manuel Lopes