Ablete

 

 

Nome científico:Alburnus alburnos

Nome vulgar: Ablete

Ordem: Cipriniformes

Família: Cyprinidae

Meio ambiente: Águas de superfície e meio fundo

pH: 7.0 - 7.5

Profundidade: 0,5 a 4 metros

Clima: Temperado

Temperatura: 7 – 15ºC

 

Origem

A Ablete, conhecida desde o século XIX, é uma espécie indígena muito frequente em grande parte da Europa à excepção da Irlanda e Escócia, estendendo-se até às zonas ocidentais do Mar Cáspio e Montes Urais.

Em Portugal, é reconhecida a sua existência em algumas regiões, mas em reduzido número. Na Albufeira da Barragem do Caia, onde foi introduzida por pescadores desportivos, a Ablete adaptou-se perfeitamente e já surge com certa regularidade por todo o território nacional.


Características 

A Ablete é um peixe cuja presença serve de indicador positivo da qualidade da água que habita.

De pequeno tamanho e com um aspecto prateado, tem um corpo alongado, a boca oblíqua ao alto com a maxila inferior a ultrapassar a superior, possui uma barbatana anal maior que a dorsal, as barbatanas são praticamente transparentes e possui uma linha lateral ao longo do corpo.

Possui uma medida que varia entre 5 e 18 cm, com um peso de 10 a 50 gr., podendo excepcionalmente atingir os 20cm e pouco mais de 80/100 gr.

Habita em todos os sectores das ribeiras e albufeiras que possuem águas calmas, claras e bem oxigenadas. A Ablete movimenta-se em grupos numerosos e em águas de superfície e meio-fundo e prefere as áreas junto às margens que têm protecção ou onde haja suficiente vegetação.

É um peixe que pode ser utilizado como isco para outras espécies como o Achigã ou o Lúcio.


Alimentação e Reprodução 

A Ablete alimenta-se fundamentalmente de larvas e insectos que vão caindo na água, sobretudo a formiga de asa, de detritos vegetais e também de pequenos moluscos e algas. Os recém-nascidos alimentam-se de plancton.

Esta espécie tem uma esperança de vida calculada em pouco mais de 7 anos e a sua maturidade sexual é atingida aos 2/3 anos de idade. O período de reprodução da Ablete situa-se entre Abril e Junho e sempre em locais de águas calmas e de preferência junto à vegetação ou mesmo em fundos com pequena gravilha, quando a temperatura da água atinge os 14/15ºC., podendo cada fêmea conseguir na postura até cerca de 2000 ovos, ficando estes aderentes às plantas aquáticas e com uma incubação de 2 a 3 semanas. Durante o período de reprodução os machos apresentam-se cobertos de tubérculos nupciais no dorso e flancos e as suas barbatanas adquirem uma coloração alaranjada.


Bordalo

Nome científico: Squalius alburnoides

Nomes comuns: bordalo

Ordem: Cypriniformes

Família: Cyprinidae


Morfologia

Espécie de pequenas dimensões com corpo comprimido e estreito, perfil da cabeça retilíneo e perfil ventral convexo e ascendente. Boca é terminal sem barbilhos, com maxilar inferior bem desenvolvido. A comissura bocal é grande e obliqua, olhos grandes. Linha lateral completa com inclinação na parte inicial com 38 a 44 escamas. Origem da barbatana dorsal posterior à linha vertical da inserção posterior das barbatanas pélvicas.


Tamanho máximo (cm) - 13,5


Época de reprodução

Março-Julho

 

Habitat

O bordalo vive em rios com corrente e maior granulometria do substrato, de reduzida largura e profundidade e com abundância de macrófitas emergentes. Habitando em zonas de correnteza, estando associado a rios com solos ácidos e a zonas não poluídas. Ocorre em zonas com 0,3 a 0,7m de profundidade, correntes nulas ou reduzidas em substratos finos designadamente vasa. Existe segregação espacial entre diferentes formas. Machos diploides são mais abundantes em zonas de pequena profundidade, temperaturas mais elevadas, substrato de vasa ou areia. Fêmeas triploides ocorrem em zonas de maior velocidade, elevado coberto vegetal.


 

Alimentação

Esta espécie alimenta-se principalmente de insectos aquáticos (insectívora) ingerindo também outras presas. As larvas de dípteros (quiromnídeos e simuliídeos), de efemerópteros, coleópteros adultos, corixídeos, gastrópodes, ostrácodes, nemátodes, sementes, material vegetal e areia são presas comuns do bordalo. Ocasionalmente consome gémulas de spongilidae e estatoblastos de ectoprocta. Existem diferenças entre as diferentes formas desta espécie, os machos diploides são mais especialistas enquanto as fêmeas diploides alimentam-se de uma maior diversidade de presas.


Tamanho mínimo de captura - 0

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

Rios Ardila, Bazágueda, Caia, Chança, Côa, Degebe, Douro, Guadiana, Lis, Maçãs, Mondego, Sado, Sever, Sôr, Sorraia, Tejo, Tuela, Xévora e Zêzere. Também na barragem dos Alcaides, Carrapatelo, Crestuma Lever, Corte do Pinto, Sabugal e Vidigão. Ribeiras do Sado ao Algarve e afluentes do Guadiana


Carpa  

 

Nome científico:Cyprinus Carpio

Nome vulgar: Carpa

Ordem: Cypriniformes

Família: Cyprinidae

Meio ambiente: Bento pelágico; não migratória

pH: 7.0 - 7.5

Clima: Temperado

Temperatura: 3 - 35°C


Origem
A Carpa é originária da Europa Oriental e Ásia Ocidental e foi introduzida na Europa Ocidental no Séc. XII e nos EUA por volta de 1870. Durante a idade média conheceu uma grande expansão na Península Ibérica.

 

Distribuição Geográfica

Em Portugal existem actualmente numerosas populações em praticamente todas as bacias hidrográficas à excepção das situadas a norte do Rio Douro, onde são em menor número. Nos Açores, na barragem de Aguieira, Alto Lindoso, Alto Rabagão, Alvito, Arade, Azibo, Barrocal, Belver, Bemposta, Cabril, Caia, Castelo de Bode, Crestuma Lever, Ermal, Facho, Idanha-a-Nova, Maranhão, Miranda do Douro, Montargil, Monte Novo, Mourão, Odivelas, Pêgo do Altar, Régua, Rôxo, Santa Clara, Torrão. Também nos rios Douro, Guadiana, Leça, Lis, Minho, Mira, Mondego, Nabão, Sado, Sorraia, Tejo e Vouga e ribeiras desde Mira ao Algarve. 

 

Espécies
A Carpa tem catalogadas quatro variedades, diferenciam entre si pela altura do corpo, coloração, tamanho e disposição das escamas e lábios:
Carpa comum ou selvagem: coberta de escamas uniformes.
Carpa espelho: com escamas maiores e irregulares.
Carpa dourada ou vermelha
Carpa couro: Praticamente desprovida de escamas.


Caracteristicas
É uma espécie muito corajosa e combativa, com um pujante corpo alongado, coberto de escamas grandes, tem a cabeça massiva e de forma triangular com uma boca terminal proeminente e com dois barbilhos, um de cada lado da boca, a barbatana dorsal é longa e com raios, sendo o primeiro mais forte e dentilhado. Apresenta um dorso castanho esverdeado, com flancos dourados e o seu ventre tem uma coloração amarelada.


Habitat
A Carpa tornou-se uma espécie tipicamente de albufeiras e cursos de água com corrente fraca e muita vegetação. Tem o hábito de nas águas pouco profundas se fossar no fundo a fim de provocar turvação e costuma vir à superfície para aspirar o ar. Gosta especialmente de zonas pouco profundas (1m a 5m) e de preferência com vegetação, árvores, ou qualquer outro tipo de estruturas, refugiando-se nos fundões nas alturas de frio ou calor mais intenso. Possui ainda uma enorme capacidade para águas salobras assim como uma impressionante resistência fora de água, conhecem-se casos de exemplares que sobreviveram após mais de 1 hora sem água.
Em alguns locais e beneficiando de determinadas situações naturais a Carpa consegue atingir cerca de 1 metro de comprimento e com um peso que poderá oscilar entre os 30 e os 35 kg existindo já diversos registos próximos dos 40 kg.

 

Alimentação

É uma espécie omnívora de regime alimentar muito variado (come de tudo), alimentando-se de insectos, invertebrados, plantas e algas, ovos de batráquios e outros peixes, tem uma preferência especial por larvas de insectos, crustáceos e moluscos, ervas, plantas aquáticas, algas, chegando mesmo, ocasionalmente, a comer outros alevins e pequenos peixes. Costuma ter rotas definidas de procura de comida, patrulhando-as continuadamente. Ingere os alimentos por sucção.

 

Reprodução
A Carpa atinge o estado de adulto por volta dos quatro anos e tem o hábito de se reproduzir com grande frenesim em locais de pouca profundidade e com abundante vegetação aquática ou submersa, quando a temperatura da água chega aos 18º/19ºC., de Abril a Junho, por vezes até finais de Julho. Desovam na primavera e verão, largando os ovos pegajosos na vegetação. As fêmeas executam várias posturas durante a época de reprodução, a qual pode libertar a extraordinária média de 250.000 ovos/kg., 5 a 8 dias mais tarde nascem os primeiros alevins que se alimentam de plancton.
A Carpa possui uma longevidade que pode superar os 20 anos, havendo quem considere poder ir muito mais além mas por enquanto sem sustentação científica.

 


Tamanho mínimo de captura – 20 cm
Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março


Escalo

Nome científico: Squalius torgalensis

Nome comum: Escalo

Ordem: Cypriniformes

Família: Cyprinidae


Morfologia

Espécie de pequeno tamanho com corpo alongado, com cabeça comprida e pontiaguda. A boca é subterminal. Os perfis das barbatanas dorsais e anais são convexos, com oito raios ramificados na dorsal e sete na barbatana anal. A barbatana dorsal situa-se à frente das barbatanas pélvicas. O número de escamas da linha lateral entre 36-41.

Tamanho máximo (cm) - 16


Época de reprodução

De Março a Julho, atingindo o máximo em Abril


Habitat  

O escalo surge com maior incidência em zonas de corrente (sobretudo os indivíduos maiores). Os juvenis ocorrem mais frequentemente em pêgos. A pluviosidade parece estar associada negativamente com a abundância desta espécie.


Tamanho mínimo de captura - 10 cm

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

 

Em quase todos os cursos de água

Gambusia

Nome científico: Gambusia affinis

Nome comum: Gambusia

Ordem: Cyprinodontiformes

Família: Cyprinodontidae


Morfologia

Espécie de reduzidas dimensões, com barbatana caudal homocerca e abertura bocal dorsal com a maxila inferior proeminente. Os machos apresentam na barbatana anal com o 3º e 5º raios transformados em órgão copulador. Corpo é acentuadamente mais estreito para trás da barbatana anal. As fêmeas geralmente são de maiores tamanhos que os machos e com o ventre mais dilatado.


Tamanho máximo (cm) - 7


Época de Reprodução

Verão até 60 alevins 3-5 x por ano

 

Habitat

A gambusia vive em troços de águas lentas e temperadas, com abundante vegetação e abaixo dos mil metros. Suporta águas muito contaminadas, elevadas temperaturas e baixos valores de oxigénio.

 

Alimentação

Esta espécie consome pequenos animais aquáticos (zooplâncton) nomeadamente, copépodes, cladóceros, ostrácodes e rotíferos, afídeos, colêmboles, isópodes, anfípodes e adultos de dípteros. A gambusia alimenta-se também de hemípteros, himenópteros e aracnídeos.


Tamanho mínimo de captura - 0

Período de pesca - Todo o ano

 

Localizações em Portugal

Rio Caia, Degebe, Douro, Guadiana, Lena, Lis, Minho, Mira, Mondego, Nabão, Sado, Sorraia, Sôr, Tejo, Vouga, Xarrama e Xévora. Barragem de Alqueva, Crestuma Lever e Torrão, bem como nas ribeiras entre Mira e Algarve, alguns pauis e arrozais.

 

Góbio

 

Nome científico: Gobio lozanoi

Nome comum: Góbio

Ordem: Cypriniformes

Familia: Cyprinidae

 

Morfologia

O góbio tem o corpo alongado moderadamente comprimido e é um peixe de pequenas dimensões. A cabeça é pequena e larga com boca ínfera e um par de barbilhos atingindo o bordo posterior do olho. A linha lateral tem 36 a 39 escamas de grandes dimensões, apenas tem três fiadas de escamas abaixo da linha lateral. As barbatanas ventrais estão posicionadas atrás da inserção da barbatana dorsal. A barbatana caudal está bem fendida com lóbulos pontiagudos. Dorso escuro e nos flancos com uma linha de 6 a 11 manchas redondas e azuladas sob um fundo mais claro.


Tamanho máximo (cm) - 16


Época de reprodução

Maio-Junho

 

Habitat

O góbio encontra-se em zonas mais baixas do rio com pouca corrente, cascalho fino, areia e fundos vasosos. Adultos desta espécie vivem em fundos arenosos e vasosos, e também em ambientes mais lênticos perto de zonas adequadas para a reprodução. É capaz de colonizar cursos de água temporários. Os juvenis preferem locais com maior profundidade, zonas sem corrente, próximas da margem.

 

Alimentação

O góbio alimenta-se de macroinvertebrados bentónicos nomeadamente de crustáceos, moluscos e larvas de insectos (quironomídeos, simuliídeos, efemelídeos, baetídeos e hidropsiquídeos).

 

Tamanho mínimo de captura - 0

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

Rio Ave, Cávado, Corgo, Douro, Guadiana, Leça, Lis, Minho, Mondego, Paiva, Sabor, Sorraia, Tâmega, Tejo, Vouga e Zêzere. Encontra-se nas barragens de Belver, Bemposta, Castelo de Bode, Carrapatelo, Crestuma Lever, Ermal, Fratel, Montargil, Régua e Torrão.

 

Nota:

Existem mais variedades desta espécie:

 

Muge

Nome científico: Liza ramada

Nomes comuns: Muge

Ordem: Mugiliformes

Familia: Mugilidae


Morfologia

Peixe de média dimensões com duas barbatanas dorsais bem separadas, tendo primeira barbatana dorsal 4 raios. A cabeça é mais pontiaguda e achatada, o contorno da cabeça forma um ângulo obtuso. O lábio superior é estreito e o olho não apresenta membrana ocular adiposa; 6 a 10 listas longitudinais mais escuras nos flancos.


Tamanho máximo (cm) - 49


Época de reprodução

Novembro a Fevereiro; migram entre Agosto e Novembro

 

Habitat

A Muge ocorre em águas salobras tendo hábitos mais bentónicos enquanto em águas doces vive junto à superfície da água (nectónica). Exploram as zonas mais profundas dos estuários nas últimas horas da enchente e primeiras da vazante. Esta espécie sobrevive em meios de salinidade bastante baixa ou mesmo nula.


Alimentação

A Muge apresenta uma grande plasticidade alimentar sendo considerada detritívora com uma faceta herbívora, alimentando-se de algas (cianofícias, bacilariofícias, euglenófitas, clorófitas e feofíceas). Prefere poliquetas, nemátodas, oligoquetas, crustáceos, fibras de papel, sedimento e detritos orgânicos. Em água doce alimenta-se de microalgas planctónicas. Tem uma maior taxa de alimentação ao pôr-do-sol e nascer do sol. Em água salobra, microalgas bentónicas sendo a sua actividade alimentar maior na praia-mar.

 

Tamanho mínimo de captura - 20 cm

Período de pesca - Todo o ano

 
Localizações em Portugal

Encontra-se no rio Cávado, Douro, Guadiana, Leça, Lima, Lis, Minho, Mira, Mondego, Sado, Sorraia, Tejo e Vouga e também nas barragens de Belver e Crestuma Lever; ribeiras costeiras de Mira ao Algarve e rias de Aveiro e Formosa

 

Peixe-Gato

Nome científico: Ameiurus nebulosus

Nomes comuns: Peixe-gato

Ordem: Siluriformes

Familia: Ictaluridae


Morfologia

Peixe de tamanho médio, sem escamas ou tão pequenas que só se podem distinguir à lupa. Com quatro pares de barbilhos sendo um dos pares mais compridos que as barbatanas peitorais. Com duas barbatanas dorsais, sendo a segunda barbatana dorsal adiposa. Corpo coberto com muco. Apresenta nas barbatanas peitoral e dorsal, raios bem ossificados, formando espinhos. Preto excepto na zona ventral que é amarelada.

Tamanho máximo (cm) - 29


Época de reprodução

Fim da Primavera ao início do Verão


Habitat

O peixe-gato vive nos fundos dos rios e barragens, bentónico. Esta espécie prefere zonas de corrente lenta e fundos arenosos ou vasosos. O peixe-gato é extremamente resistente à poluição, escassez de oxigénio e altas temperaturas (exemplo 30ºC). Está mais activo durante a noite.


Alimentação

O peixe-gato tem uma alimentação generalista (espécie omnívora) ingerindo plantas, invertebrados vermes, larvas e peixes.

Tamanho mínimo de captura - 0

Período de pesca

Todo o ano


Localizações em Portugal

Rios Guadiana, Sado, Tejo e ribeiras desde o Sado até Sines e nos cursos de água do baixo Mondego.

 

Peixe-Rei

Nome científico: Atherina boyeri

Nomes comuns: Peixe-rei

Ordem: Perciformes

Familia: Labridae


Morfologia

Espécie de pequeno tamanho, com duas barbatanas dorsais bem separadas. O olho é muito grande ocupa a maior parte da cabeça. A boca superior, pedúnculo caudal longo e estreito. Primeira barbatana dorsal com 5 a 9 raios. Com menos de 50 escamas na linha lateral. Corpo esbranquiçado, transparente quase translúcido. Faixa longitudinal prateada em cada flanco.

Tamanho máximo (cm) - 10


Época de reprodução

Abril-Junho


Habitat

Espécie que vive principalmente nos estuários e em mar aberto, no entanto ocorrem populações totalmente dulciaquícolas que preferem águas tranquilas.

 

Alimentação

É uma espécie omnívora (que se alimenta de muitas presas diferentes) mas preferencialmente zooplâncton (isópodes, ostrácodes, anfípodes e copépodes). Em estuários come preferencialmente decápodes, misidáceos, poliquetas, isópodes, anfípodes e larvas de peixe. Em barragens alimenta-se de zooplâncton e larvas de quironomídeos.

Tamanho mínimo de captura - 0
Período de pesca -Todo o ano


 

Localizações em Portugal

Rios Douro, Lima, Mondego, Tejo e Vouga, ribeiras costeiras de Mira até ao Algarve e nas barragens de Belver, Crestuma Lever, Fratel, Régua e Torrão. Também se encontra nas lagoas

 

Perca-Sol


Nome científico: Lepomis gibbosus

Nomes comuns: Perca-Sol, Peixe-sol

Ordem: Perciformes

Família: Centrarchidae

 

Morfologia

Peixe de pequeno tamanho que não ultrapassa os 15 cm, corpo alto com cor muito vistosa. A barbatana dorsal tem uma ligeira depressão, bem constituída por uma primeira parte de raios ossificados e uma segunda com raios ramificados. O maxilar não alcança o bordo posterior do olho. Bandas azuladas que irradiam da cabeça até aos flancos. Mancha negra e vermelha na parte posterior do opérculo. Ventre amarelado.

Tamanho máximo (cm) - 15


Época de reprodução

Abril a Julho


Habitat

A perca-sol ocorre nas zonas lênticas nomeadamente lagoas e troços de rios com escassa profundidade de corrente lenta e densa vegetação. Esta espécie suporta a falta de oxigénio e altas temperaturas.

 

Alimentação

A Perca-sol alimenta-se de insectos (espécie insectívora). Consome preferencialmente larvas de quironomídeos, hemípteros, tricópteros, efemerópteros, odonatos, corixídeos, copépodes, ostrácodes, ovos de peixe e material vegetal. Os indivíduos de maiores dimensões alimentam-se de Atyaephyra desmaresti e caracóis, enquanto os indivíduos de menores tamanhos consomem microcrustáceos, especialmente cladóceros.

Tamanho mínimo de captura - 0

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

Rios Ardila, Ave, Caia, Castelo de Bode, Chança, Degebe, Douro, Gerês, Guadiana, Leça, Lima, Lis, Mira, Mondego, Paiva, Sabor, Sado, Sorraia, Tâmega, Tejo, Vouga, Xarrama, Xévora e Zêzere. Barragens: Alvito, Andorinhas, Arade, Barrocal, Belver, Carrapatelo, Crestuma Lever, Fagilde, Fratel, Funcho, Idanha-a-Nova, Lamas de Olo, Maranhão, Marateca, Montargil, Monte da Barca, Mourão, Pêgo do Altar, Rôxo, Santa Clara, Torrão e Vale do Gaio. Ribeiras costeiras entre Mira e Algarve.de Óbidos e de Santo André.

 

Pimpão

Nome científico: Carassius auratus

Nomes comuns: Pimpão, Peixe-vermelho, Peixe-dourado

Ordem: Cyprinidae

Familia: Cypriniformes


Morfologia

Espécie de tamanho médio, com uma barbatana dorsal comprida com pelo menos o dobro do comprimento da anal. Cabeça grande relativamente ao tamanho do corpo, apresentando uma boca pequena, terminal e sem barbilhos. Coloração variável entre castanho esverdeado e dourado, existindo formas com cores e aspecto chamativos usados como peixes ornamentais.

Tamanho máximo (cm) - 45


Época de reprodução

Maio-Junho. Fevereiro-Maio e Julho-Agosto (Lagoa de Santo André)

Habitat

O pimpão vive em águas pouco profundas de lagoas e rios de corrente lenta, com vegetação abundante e funda vasosos ou arenosos.

 

Alimentação

Esta espécie é principalmente detritívora mas também alimenta-se de invertebrados aquáticos, nomeadamente larvas de dipteros (quironomídeos e simuliídeos), copépodes, ostrácodes, e efemerópteros (caenídeos). Ocasionalmente come material vegetal, algas e fanerogâmicas.

Tamanho mínimo de captura - 10 cm

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

Açores, rios Águeda, Ave, Caia, Cávado, Degebe, Douro, Guadiana, Leça, Lima, Lis, Minho, Mondego, Nabão, Sabor, Sado, Sorraia, Tâmega, Tua, Vouga, Xarrama e Zêzere e barragens de Aguieira, Belver, Bemposta, Caia, Carrapatelo, Crestuma-Lever, Maranhão, Montargil, Odivelas, Pêgo do Altar, Régua e Torrão, e nas ribeiras do Oeste, Sado e sul até Sines e no Paúl de Magos.


Taínha ou Fataça

 

Nome científico: Liza aurata

Nomes comuns: Tainha-garrento, Tainha amarela

Ordem: Mugiliformes

Familia: Mugilidae


Morfologia

Peixe de médias dimensões com duas barbatanas dorsais bem separadas, sendo primeira barbatana dorsal com 4 raios. O lábio superior estreito. Não apresenta membrana ocular adiposa; 6 a 10 listas longitudinais mais escuras nos flancos.

Tamanho máximo (cm) – 27

 
Época de reprodução

Agosto a Outubro


Alimentação

A Tainha parece ter uma grande plascidade alimentar, sendo uma espécie detritívora com faceta marcadamente herbívora. Acentuada apetência por poliquetas.

Tamanho mínimo de captura - 20 cm

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

Rios Coura, Douro, Guadiana, Mira, Mondego, Sado, Tejo e Vouga, e nas ribeiras do Oeste até ao Algarve.

 

Tenca

  

Nome científico: Tinca tinca

Nomes comuns: Tenca

Ordem: Cypriniformes

Familia: Cyprinidae


Morfologia

Habita o fundo de águas pouco movimentadas temperadas, de preferência em charcos e albufeiras, mas também se pode encontrar em zonas de com alguma corrente, como rios, apesar de evitar locais de corrente forte. É pouco gregário, podendo viver em pequenos grupos ou solitariamente.

Tamanho máximo (cm) - 85


Época de reprodução

Maio-Agosto


Habitat

Requer muita vegetação nas margens, que usa para se abrigar. Tem uma grande tolerância à baixa qualidade da água, nomeadamente a baixa oxigenação, o que a torna uma espécie muito apta para a criação em tanques.


Alimentação

Esta espécie é considerada omnívora, ingerindo principalmente de insectos aquáticos e zooplâncton não rejeitando moluscos bivalves e gastrópodes.
Não tem estômago, estando a boca diretamente ligada ao intestino, o qual mede aproximadamente 1,2 vezes mais do que o comprimento do corpo. É um peixe muito musculado, com uma grande barbatana caudal, que indica uma grande agilidade natatória.

Outros autores consideram a tenca como detritívora.

Tamanho mínimo de captura - 15 cm

Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março


Localizações em Portugal

Rios Douro, Guadiana, Mondego, Nabão, Sado, Tejo, Xarrama e Zêzere. Barragens: Barrocal, Belver, Bemposta, Carrapatelo, Facho, Fonte Serne, Odivelas, Vale do Gaio e Vigia.


Ruivaco

 

Nome científico: Chondrostoma oligolepis, Leuciscus macrolepidotus, Rutilus macrolepidotus

Nomes comuns: Pardelha, Ruivaca, Ruivaco, Robaco

Ordem: Cypriniformes 

Familia: Cyprinidae

 

Morfologia

Espécie de pequeno tamanho, com corpo alongado moderadamente achatado apresentando um perfil ligeiramente convexo na região anterior. A boca é arqueada, inferior sem barbilhos. A linha lateral completa com 51 a 61 escamas existem entre 11 a 14 fiadas transversais de escamas acima da linha lateral. A barbatana anal é ligeiramente mais pequena do que a barbatana dorsal, a barbatana caudal ligeiramente forqueada. Os perfis das barbatanas anais e dorsais são convexos. Dorso escuro, podendo aparecer pequenas manchas negras espalhadas pelo corpo.

Tamanho máximo (cm) - 14,5


Época de reprodução

Março-Maio

Habitat

Esta espécie ocorre nos troços superiores dos tributários, havendo uma forte associação com a presença de lençóis freáticos e abundante vegetação aquática, preferindo os habitats com maiores profundidades e larguras. O Ruivaco ocupa rios em locais com declives acentuados, baixa insolação, com estrato arbóreo e afastado do rio principal e com corrente fraca. Prefere substrato de granulometria fina, ocorrendo preferencialmente em pêgos.


Alimentação

O Ruivaco é detritívoro alimentando-se ocasionalmente de algas, fanerogâmicas, zooplâncton e macroinvertebrados aquáticos.

Período de pesca - 1 de Junho a 14 de Março

 

Localizações em Portugal

Em quase todos os cursos de água doce.

 

Nota:

O Ruivaco, espécie contraditória dado que a sua origem não merece o acordo total dos cientistas. De Rutilus Rutilus – Leuciscus Cephalus, Leuciscus Alburnoides, até iberocondostroma Lusitanicus, a sua definição nunca foi pacífica. A autoridade científica da espécie é de Carolus Linnaeus, eminente Botânico, Zoólogo e Médico, tendo sido descrita no ano de 1758.

No centro europeu, esta espécie Rutilus Rutilus é conhecida como Gardon.

 

Verdemã

Nome científico: Cobitis paludica

Nomes comuns: Verdemã, Peixe-rei, Serpentina

Ordem: Cypriniformes

Familia: Cobitidae


Morfologia

A Verdemã é um peixe de pequenas dimensões sem escamas ou tão pequenas que só se podem distinguir à lupa. Apresenta um corpo alongado com boca inferior de pequena dimensão e com três pares de barbilhos na região da boca. A barbatana dorsal é pequena, geralmente os machos são menores que as fêmeas, apresentando na base do segundo raio das barbatanas peitorais uma lâmina circular a escama de canastrini. Esta espécie normalmente tem manchas escuras nos flancos e dorso. A cabeça tem pequenas manchas escuras. Os machos apresentam manchas laterais que formam linhas bem definidas.

Tamanho máximo (cm) - 8,5


Época de reprodução

Entre meados de Maio a Julho

 

Habitat

A Verdemã ocorre nas partes médias e baixas dos rios. Esta espécie associa-se a habitats com pouca corrente, pouca profundidade, fundos de areia, gravilha, lodo e pedras e vegetação. Ocorrendo em rios com coberto arbóreo pouco desenvolvido, solos ácidos e com sedimentos (areia). A pluviosidade parece estar associada negativamente com a abundância desta espécie no rio Mira. É uma espécie que vive enterrada na areia movendo-se pouco.


Alimentação

A Verdemã é considerada como detritívora bentónica, mas alguns autores constataram que se alimenta de larvas de dípteros (quironomídeos, simuliídeos e ceratopogonídeos), efemerópteros, ostrácodes, algas unicelulares, cladóceros, moluscos e crustáceos.

Tamanho mínimo de captura - 1

Período de pesca - Todo o ano


Localizações em Portugal

Rios Ardila, Caia, Cávado, Chança, Degebe, Douro, Guadiana, Lena, Lis, Minho, Mira, Mondego, Nabão, Sado, Sever, Sorraia, Sôr, Tejo, Vouga, Xévora e Zêzere. Ribeiras de Mira ao Algarve e Guadiana e barragem do Cabril.

Autoria: Luís Manuel Lopes, 2017